À terceira foi de vez
Arranque da Corrida 2 da Pré Moto3 e Supersport 300 marcada por três quedas, duas Bandeiras Vermelhas, três partidas e um incidente.
Não foi fácil arrancar para a segunda corrida da Pré Moto3 e Supersport 300, a última deste CNV Estoril 2, terceira jornada do Campeonato Nacional de Velocidade que trouxe ao Circuito Estoril mais de 80 pilotos.
A primeira tentativa de corrida, na altura com 14 voltas, foi interrompida na sequência da queda de Rui Afonso na Parabólica, no final da primeira volta. O aparato obrigou à apresentação da Bandeira Vermelha para uma segura remoção do piloto e moto da escapatória.
Nesse mesmo momento, um incidente entre Dinis Borges e Tomás Alonso, já quase na linha de meta, levou a uma investigação por parte da Direção de Prova que pode muito bem vir a resultar em alterações na classificação final.
Alguns minutos volvidos, pilotos e máquinas voltaram à grelha de partida para a segunda tentativa, para uma corrida com menos uma volta. A partida foi limpa, tal como da primeira vez, mas agora o acidente surgiu logo na Curva VIP, com Afonso Almeida a perder o controlo da moto e a arrastar consigo Alonso. Com a Bandeira Vermelha apresentada, Almeida foi retirado da pista de ambulância para ser transportado para o Centro Médico do Circuito onde, felizmente, foi apenas considerado inapto para correr.
Foi então que, finalmente, teve lugar a terceira e decisiva partida para a corrida, que acabou por contar com um total de 12 voltas. Sem mais incidentes, e com o vencedor de ontem fora de ação, Martim Marco rodou para a terceira vitória da época, isto depois de ter sido segundo no sábado. Um resultado que se torna ainda mais importante quando se tem em conta que, após todas as peripécias dos dois arranques da corrida, Marco foi o único a terminar entre os pilotos da Pré Moto3, já que também Gabriele Masarati, que ontem foi terceiro, não logrou chegar ao final.
Assim, a completar o pódio acabaram por ficar os dois primeiros das Supersport 300, com Tomás Alonso à frente de Dinis Borges por pouco mais de três segundos. Contudo, com ambos a terem de ser ouvidos pela Direção de Prova na sequência do incidente entre os dois na primeira volta, após a primeira partida para a corrida, o resultado pode vir a sofrer alterações. Isaac Rosa e Rafael Damásio, quarto e quinto a passarem a meta respectivamente, são os que aguardam com mais antecipação pela decisão dado que podem ver-se promovidos ao pódio.
Bogdánov faz o pleno no CNV Estoril 2
Não satisfeito com os resultados do primeiro dia de competição, Pável Bogdánov repetiu a dose no domingo e fez o pleno.
Pável Bogdánov já tinha mostrado ao que vinha desde o primeiro momento de ação em pista no sábado e não deixou os créditos por mãos alheias na corrida 2, a prova que abriu o programa competitivo deste segundo dia do CNV Estoril 2 no Circuito Estoril.
Aos comandos da Aprilia Tuono 1100V 4R, Bogdánov foi tranquilo líder desde o apagar das luzes até ao agitar da bandeira de xadrez dez voltas depois. Sem qualquer oposição ao longo da corrida, Bogdánov tratou de se isolar na frente do pelotão logo na primeira volta para ganhar uma média de 1,5s de vantagem a cada passagem na linha de meta, o que lhe permitiu vencer com uns confortáveis 15,246s de margem sobre o rival mais próximo.
Enquanto isso, atrás dele Duarte Amaral e Paulo Vicente rodaram muito próximos nas quatro primeiras voltas, com Vicente a começar melhor com a Aprilia Tuono 1100V 4R, mas com Amaral a responder logo de seguida com a BMW S1000 R. Na terceira volta Vicente voltou a mostrar-se mais forte, mas Amaral repetiu a dose da segunda passagem pela linha de meta e regressou ao segundo posto. A partir daí o homem da BMW começou a cavar um fosso para o terceiro classificado que lhe permitiu chegar ao final com sólido segundo lugar, com pouco mais de 4,5s de intervalo para Vicente, que teve de se contentar com o mais baixo do pódio.
Bogdánov é assim cada vez mais líder da geral, com esta a ser a quinta vitória consecutiva esta época e a sétima em oito possíveis, ao que se junta um segundo lugar. Enquanto Paulo Vicente e Duarte Amaral continuam a disputar de forma muito interessante a segunda posição da geral.
Díaz quebra sequência de vitórias de Matos
Marco Díaz estreou-se a vencer esta época depois do verdadeiro balde de água fria que foi a desistência de Pedrinho Matos.
Pedrinho Matos voltou a estar um nível à parte da concorrência neste domingo, garantindo a pole por larga margem e isolando-se na liderança da corrida logo na primeira volta para, tal como ontem, não demorar tempo a ficar totalmente sozinho na frente e longe do campo de visão de qualquer outro piloto.
Contudo, quando já todos começavam a festejar a que seria a sexta vitória consecutiva da época, um problema levou Matos a parar na Curva 1, no início da última volta, quando levava já uma vantagem de 49,7 segundos.
Assim, aquela que foi durante toda a corrida a luta pela segunda posição, uma vez mais entre Marco Díaz, Lourenço Vicente e Alexandre Cabá, acabou por se tornar, sem que nenhum deles o esperasse, na luta pela vitória. Aliás, a título de resumo basta dizer que ao longo das 10 voltas, apenas numa não houve troca de posições entre os três.
Díaz, ao contrário de ontem, foi quem começou melhor dos três, assumindo a segunda posição, mas por pouco tempo. À segunda passagem pela meta era quarto, com Vicente a assumir o controlo do trio enquanto Cabá ficava entre os dois.
Nova passagem pela meta, e nova troca, agora com Díaz a encetar a recuperação para regressar à liderança do trio após breve estadia na segunda posição. Era também por esta altura que Cabá subia na classificação, atirando Vicente para quarto. Contudo, as coisas voltaram a sofrer alterações na volta seguinte, com Vicente a ganhar protagonismo, mas não por muito tempo, já que logo e seguida Cabá impôs-se para aquelas que foram as duas únicas voltas em que a ordem da classificação na frente da corrida não sofreu qualquer alteração.
Terminado o “intervalo” na luta pelas posições pódio, Vicente e Díaz destronaram Cabá, com este último a salta para a frente do grupo na penúltima volta. Daí até final, e com a desistência de Matos, Díaz teve caminho limpo para se estrear a vencer com uma margem de 0,252s sobre Vicente e com Cabá a fechar o pódio a 0,296s do primeiro, o que atesta bem o que foi a luta entre os três ao longo de toda a corrida.
Vitória suada para Leite
Romeu Leite foi dos poucos a conseguir o pleno na jornada do Motor Clube do Estoril, mas o feito não foi de fácil conquista.
A conquista da pole position é um bom presságio para quando chega a altura da corrida e uma mostra do nível de adaptação de máquina e piloto à pista em que se está a competir, mas não é garante de vitória. Foi isso mesmo que se viu nesta tarde de domingo na segunda corrida das Superbike no CNV Estoril 2, com Romeu Leite a garantir a pole, como ontem, e a vitória mas, e ao contrário de sábado, só após grande luta com Tiago Morgado.
Foi muito claro desde o início que este segundo embate do fim-de-semana entre os homens da categoria rainha nacional não seria igual ao de sábado. A começar log pelo facto de Rego fazer uma partida muito melhor e assumir a liderança ao apagar das luzes. Enquanto isso, Morgado repetia a partida canhão de ontem para saltar, de novo, de quarto para segundo.
A partir daqui podia pensar-se que, sem ter de levar a cabo uma recuperação como a de ontem, Rego se isolaria na frente do pelotão, mas tal não podia estar mais longe da verdade. Morgado mostrou-se muito competitivo com a sua Yamaha, ao ponto mesmo de reclamar para si a liderança da corrida à segunda volta.
Rego, com os olhos postos no triunfo, não tardou a responder e a recuperar a primeira posição logo na volta seguinte. A partir desse momento os dois pilotos mantiveram as posições durante grande parte da corrida, não se separando nunca mais que 0,9s. Mas com o aproximar do final, Morgado começou a aumentar o ritmo e a colar-se a Leite para o passar à 12ª volta.
Morgado ainda conseguiu parca vantagem na frente do pelotão, mas Leite nunca baixou os braços. Mesmo ao cair do pano, já quase sobre a linha de meta na última volta, mostrou o motivo pelo qual é o Campeão em título e o novo líder da tabela classificativa, reclamando para si a quarta vitória da época e assegurando o pleno nesta segunda visita ao Circuito Estoril por meros 0,029s de vantagem.
Enquanto isso, atrás deles Vítor Barros levava a terceira Yamaha ao pódio, mas só depois de duelo muito renhido com Tiago Cleto. Cleto, que ontem se viu forçado a abandonar, apresentou-se mais forte este domingo e após uma breve recuperação de sétimo a quarto na primeira metade da corrida, saltou para o pódio onde rodou em terceiro durante oito voltas.
Contudo, Barros, que se viu surpreendido por Cleto na sétima volta, altura em que ambos trocaram de posições, não se esqueceu da surpresa e guardou a sua para o final. Depois de duas voltas um pouco mais lentas, em que cedeu perto de um segundo para o rival, Barros colou-se à roda de Cleto e foi gerindo até à última volta, momento em que desferiu a estocada final e reclamou para si o mais baixo do pódio por pouco mais de dois décimos de segundo.
Já no que toca às Superstock 600, vitória tranquila para Pedro Fragoso, com mais de 20 segundos de vantagem sobre Marco Díaz, enquanto o último lugar do pódio ficou nas mãos de Gonçalo Ribeiro, quase a 40 segundos da frente.
Rego vinga-se e assegura triunfo na Copa Dunlop Motoval
Depois de ter dominado os Cronometrados, João Rego vinga o desaire da Corrida 1 de sábado com vitória dominadora este domingo no Circuito Estoril.
João Rego foi quem marcou o ritmo ao longo de todo o fim-de-semana, registando o sempre o melhor tempo em todas as tiradas de Superpole e só não garantiu o pleno absoluto devido a um contratempo que ditou o abandono na corrida de ontem, ao cair do pano e quando liderava.
Insatisfeito com tal desaire e aposta em vingar o infortúnio, o piloto da R1 tratou de fazer o acerto de contas na Corrida 2 disputada esta tarde de domingo. O piloto da R1 entrou ao ataque para liderar logo desde a primeira volta e, ao contrário do que se verificou ontem, em momento algum deixou um rival que fosse sentir o que era liderar a corrida.
Aliás, a única altura em que isso podia ter acontecido foi na primeira volta, já que na segunda Rego tratou de cavar um fosso muito significativo para os demais e que acabou por selar o destino da corrida.
Bem diferente foi o panorama no que diz respeito à luta pelas restantes posições do pódio, com cinco pilotos a esgrimirem argumentos ao longo de boa parte das dez voltas. Miguel Romão foi o primeiro a assumir as despesas deste particular, com Henrique Gouveia e Fernando Henriques logo atrás no que foi inicialmente um trio.
Só à quarta volta é que o quinteto ficou completo, com Rui Palma e José Gafenho a juntarem-se à festa após uma partida nada positiva. Palma caiu de quinto para sexto no final da primeira volta, enquanto Gafenho viveu um verdadeiro pesadelo ao cruzar a linha de meta pela primeira vez em 11º depois de ter largado da terceira posição, atrás de Rego e Henriques.
A entrada da corrida na segunda metade fazia-se com alguma acalmia no que toca à troca de posições, com Henriques em segundo, seguido de Palma, Gafenho e Romão, que por esta altura perdia já dois segundos e distanciava-se da luta pelo pódio, enquanto Gouveia se afundava na classificação.
A quatro voltas do final começaram as mudanças que ditariam o pódio. Palma puxou dos galões e atacou para reclamar para si o segundo posto, não mais o perdendo até final. Já Henriques, viu o pódio fugir-lhe por entre os dedos quando, a duas voltas do fim, Gafenho atacou para garantir o mais baixo do pódio.