David Richards, o emblemático chefe da equipa britânica da Prodrive, já respondeu às duras críticas feitas por Daniel Elena, após o navegador monegasco ter sido informado por Sébastien Loeb que não iriam continuar a sua relação desportiva no seio da BRX/Prodrive.
Se recusando a comentar sobre as questões técnicas evocadas por Elena, é de todo importante relembrar que a dupla franco-monegasca acabariam por abandonar o Dakar na véspera do dia de descano, depois de sofrerem dois furos, mesclado com a quebra de um triângulo de suspensão e do camião de assistência de equipa não ter sequer aparecido para os ajudar. Loeb, que então havia resumido o Dakar deste ano como um “inferno”, com três furos na primeira fase da prova, erros de navegação e com Elena a se adaptar com o novo processo de navegação baseado em tablet, desde cedo a lhe impedir de conquistar a vitória.
David Richards: “Consultamos o Sébastien sobre a questão da mudança de co-piloto. Obviamente que uma decisão desta natureza não é tomada de ânimo leve, mas é preciso olhar para as coisas com objetividade e, às vezes, tomar decisões difíceis. Se você olhar os resultados e o que aconteceu na prova, no Dakar tudo mudou nos últimos anos. Não é mais uma prova de pura condução que era em África ou na América do Sul, é um desafio á navegação. É preciso muito treino e experiência. Dissecamos o nosso desempenho nesta edição e analisamos com atenção como poderíamos progredir. Nada está excluído, nem o desempenho do carro, nem dos pilotos e co-pilotos ou de cada membro da nossa equipa. Qualquer mudança numa organização é difícil e não deve ser decidida levianamente. Tudo foi feito consultando todas as partes. Obviamente que conhecemos a relação de longo prazo entre o Sébastien e o Daniel e não teríamos sugerido essa separação se não tivéssemos sentido que o Loeb partilhava as nossas conclusões.”
“Obtivemos o melhor resultado de um recém-chegado ao Dakar (5º lugar para o espanhol Nani Roma) enquanto o Loeb foi forçado a abandonar após vários furos. O Nani não perdeu mais de duas horas e meia devido a problemas mecânicos ao longo da corrida, terminando à 3:21 ‘de Peterhansel. Eu sugiro que perguntem ao Nani e ao Sebastian o que eles acham do carro, ao invés do Daniel. Quanto ao futuro co-piloto de Loeb, estamos trabalhando nisso agora. Não é fácil encontrar alguém com o nível de experiência necessária para este tipo de corridas. O Hunter será revisto e corrigido voltará às pistas na segunda metade do ano, nomeadamente com uma participação no Rallye du Maroc em outubro”.
CARLOS DA SILVA