Piloto da MNE Sport satisfeita com atuação na Falperra, mas descontente com a organização da prova e a forma como trata os concorrentes do CPM
Eva Laranjeira já é um valor firme no Campeonato de Portugal de Montanha JC Group, e na 42 edição da Rampa Internacional da Falperra, mostrou isso mesmo, evidenciando mais uma vez uma grande consistência aos comandos do KIA Picanto GT. E o fim de semana poderia ter sido ainda mais positivo para a “Dama de Aço” se várias coisas não tivessem falhado ao nível da organização, como faz questão de salientar.
“Sinceramente o que vimos foi a repetição de anos anteriores. Um programa que se prolonga indefinidamente e sem qualquer explicação e episódios que e nada dignificam o espetáculo. O mais chocante é a forma como nós os pilotos somos tratados. Ano após ano isto repete-se. Para mim, e por esta razão, a Falperra deixou de ser o momento alto da época da montanha. No ano passado mostramos o nosso descontentamento, alertamos a Federação para o problema, a APPAM disse que iria ser feita qualquer coisa, a organização prometeu alterar o seu comportamento, mas o problema repetiu-se este ano. Carros de ‘convidados’ antes dos concorrentes em cada subida e não o regulamentar carro de segurança. Uma organização que é de uma prepotência inaceitável”, começa por desabafar a piloto da MNE Sport.
Eva Laranjeira ilustra o que diz apontando um episódio ocorrido durante esta 42ª edição da Rampa da Falperra: “O exemplo do que não deve ser feito em termos de segurança ocorreu quando deixaram pó espalhado na curva do pó e não procederam à limpeza. Vários incidentes ali sucederam. Eu própria vi-me em dificuldades para controlar o carro naquele local. Isso levou-me a alertar o delegado de segurança da prova. Já é uma questão de atitude e respeito pelos pilotos”.
A piloto duriense é mesmo levada a considerar que talvez seja tempo de mudar as coisas.
“Porque não fazer com que a Falperra seja extra campeonato, e que se um piloto do Campeonato de Portugal de Montanha quiser participar que o faça, mas que a prova não pontue para o CPM. Aliás, recordo que o “Europeu” de Montanha já foi a outro local (Boticas) e a Demoporto esteve vários furos acima dos organizadores da Falperra”, frisa.
À parte do que não esteve bem na ronda bracarense do Campeonato de Portugal de Montanha, Eva Laranjeira esteve igual a si própria em termos desportivos, exibindo uma evolução notável aos comandos do KIA Picanto GT.
“É preciso notar que há uma enorme diferença entre o carro que guiava anteriormente (o Peugeot 205 Rallye), que era de 1988 e de carburadores e o atual, que é um carro moderno. Passei de um 1300 atmosférico, carro que já conhecia por dentro e por fora, para algo que comparo a um 1600, porque é um 1000 com turbo. Tem sido um processo evolutivo”, realçou.
“Cada prova que faço vou melhorando os meus tempos. Tem sido assim desde o começo da temporada. É um processo que leva o seu tempo, mas acredito que vou estar cada vez mais à vontade com este novo carro. Os tempos na Falperra ainda não me deixaram completamente satisfeita, mas acredito que a evolução e gradual vai continuar os tempos por subida também a cada prova que dispute. Por isso estou confiante para o que resta da temporada”, remata a piloto da MNE Sport.