Henrique Rodrigues e Daniel Rodrigues viveram no Rallye Casinos do Algarve uma das mais duras e difíceis provas da sua carreira. O 8º lugar na geral do Campeonato Promo de Ralis e o 5º posto entre os Kumho 1 acabaram por ser resultados positivos, após uma prova de sacrifício.
Foi um fim-de-semana duro. Num rali onde incidentes, pó e alguma desorganização, se aliaram para tornar a prova ainda mais difícil, a dupla foi forçada, a partir de uma certo ponto, a fazer uma gestão que lhes permitisse terminar e recolher pontos para as duas frentes onde está envolvida.
A partida e perante uma lista de participantes muito enriquecida, o piloto duriense tinha perfeita noção de que “iria ser difícil conseguirmos um top 5 no Promo, por estarem muito bons pilotos inscritos, com bons carros e o rali ser desconhecido para nós tendo os reconhecimentos permitido ver que seria uma prova muito desafiante”.
E, logo no arranque, as coisas não foram fáceis.
“Na sexta-feira, no Free Pratice, demos um toque e arrancámos o para-choques, mas na passagem de qualificação fizemos o quarto melhor tempo entre os Promo, o que nos deixou satisfeitos. Na escolha da ordem de partida, escolhemos partir em décimo, o que foi bom por um lado, mas, por outro, no arranque da primeira das especiais da longa etapa de sábado, nos custou fazer a classificativa com a diferença para o carro da frente de apenas um minuto, o que devido ao muito pó, nos causou vários contratempos.”.
Henrique Rodrigues não esconde que esse foi um momento decisivo: “estava demasiado perigoso arriscar, porque não se via nada para a frente, parecia nevoeiro cerrado, chegamos mesmo a cometer dois exageros na procura de andar mais rápido naquelas condições! Isto passou-se com muitos pilotos, não foi só connosco, mas acabou por me tirar a confiança e determinação de andar rápido”.
Como tal, a dupla optou por uma toada defensiva, que lhes permitisse ‘sobreviver’ ao longo dia final, tendo sido bem sucedida nesse objetivo, arribando ao fecho da prova no 8º posto do Promo, reclamando ainda a 5ª posição na Divisão 1 do Desafio Kumho Portugal, que aqui tinha uma prova a contar para o Desafio Kumho Terra, objetivo que a dupla duriense quer conquistar em 2023.
“Esperava sinceramente fazer melhor resultado”, confessou no final, Henrique Rodrigues, destacando que “o carro esteve perfeito. A Matos Competições, continua a colocar-nos nas mãos um carro perfeito, por isso sou eu que tenho de fazer o resto, no entanto não estava nos meus dias para pilotar, faltou alguma confiança em alguns momentos do rali, este não foi o nosso fim de semana!”.
O piloto elogia os troços: “são espetaculares, o troco de Messines é qualquer coisa de alucinante, é preciso ter muito sangue-frio para andar rápido e isso também me faltou… não estava confiante, no entanto é uma delícia e adrenalina fazer aquele troço”, mas não deixa de enfatizar que “o rali foi estranho. Na minha opinião, teve um pouco de falta de organização, podendo ser melhoradas algumas coisas em termos de timings. Passamos muito tempo há espera e não havia necessidade ou talvez seja por questões de protocolo e marketing. Mas não temos de esperar tanto tempo por algumas coisas”.
Em relação ao campeonato os pontos amealhados foram importantes e Henrique Rodrigues aponta já à próxima prova:
“Queremos trabalhar para fazermos um bom rali da Aboboreira, que será o último em pisos de terra, que é o piso que mais gosto de andar. Agradeço aos patrocinadores o grande apoio que dão e a todos os nos que estão sempre a apoiar”.
O Rali Terras D’Aboboreira, que percorrerá os concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses, vai decorrer nos dias 28 e 29 de abril.