O primeiro dia do Rali de Espanha assistiu a uma intensa luta pelos lugares da frente, envolvendo nada menos do que meia dúzia de equipas. Kris Meeke e Paul Nagle estiveram entre elas, terminando o dia no 3º lugar da geral, a apenas 3 segundos dos líderes. Mais atrás, Stéphane Lefebvre e Gabin Moreau foram ganhando confiança à medida que o dia evoluía, terminando esta Etapa em pisos de terra na 9ª posição da geral.
- Disputada predominantemente em terra, a Etapa de abertura do Rali de Espanha dividiu-se por duas rondas por três Especiais: Caseres, Bot e a traiçoeira Terra Alta, troço de 39 km, entrecortado por uma secção em asfalto, no que provou ser especialmente duro para os pneus.
- Com efeito, na volta matinal, a seleção de pneus foi o tema em destaque no Parque de Assistência. No campo da Citroën, as equipas optaram por levar uma mistura entre quatro pneus macios e dois pneus duros Michelin Latitude Cross.
- Quarto mais rápido na ES1, Kris Meeke mostrou a sua cartada – e ritmo – ao registar o melhor tempo em Bot 1, carga que depois se viu refreada no troço de Terra Alta, pois para preservar os seus pneus no asfalto abrasivo, o britânico teve que ceder alguns segundos, de modo a evitar potenciais furos. No serviço a meio do dia, Meeke era 5º, a apenas 7,6s do líder.
- A manhã de Stéphane Lefebvre foi um pouco mais difícil, pois a sua falta de experiência neste evento fê-lo esforçar-se para encontrar a confiança necessária. De regresso a Salou para a assistência a meio da Etapa, o jovem francês ocupava a 11ª posição, a 40s do 1º lugar.
- Na segunda passagem por estes mesmos 3 troços, todas as equipas escolhiam sair com pneus duros, sendo que os 3 Citroën C3 WRC adoptaram uma estratégia mais agressiva, levando um único pneu suplente a bordo.
- Depois alguns segundos perdidos com um pião em Caseres 2, Kris Meeke voltou a ser o mais rápido em Bot 2. Gerindo na perfeição o desgaste dos seus pneus em Terra Alta 2, o britânico alcançou o 2º melhor tempo no troço, a apenas 0,8s do vencedor. No final da 1ª Etapa, o C3 WRC nº 7 ocupa o 3º lugar, a apenas 3s do líder, Andreas Mikkelsen.
- Esta segunda volta foi também positiva para Stéphane Lefebvre, ele que registou uma boa prestação em Bot 2, assinando o 4º tempo. Reduzindo a diferença para os líderes, o piloto francês ascendeu ao 9º lugar.
- No final de um dia sem problemas, Khalid Al Qassimi ocupa a 19ª posição ao volante do terceiro Citroën C3 WRC. Para o piloto de Abu Dhabi e para os seus companheiros de equipa, é agora hora de mudar as configurações dos C3 WRC para asfalto.
- Foi numa intervenção de 75 minutos que os mecânicos converteram os set-ups dos carros para asfalto, piso em que se disputará o restante rali, pelos troços suaves e fluidos da Catalunha.
- Amanhã os carros saem de Salou pelas 06h45 locais (05h45 em Portugal) para o dia maior do rali, numa 2ª Etapa composta por 7 especiais, num total de 121,86 km ao cronómetro.
O QUE ELES DISSERAM…
YVES MATTON: “A maior dúvida para o dia de hoje era sobre o quanto limpar a estrada iria influenciar as posições. No final, não se produziram quaisquer grandes diferenças e as principais equipas permanecem bastante agrupadas, algo que é muito interessante do ponto de vista competitivo. O Kris teve um dia muito bom, que o deixou bem colocado entre os líderes. Ele poderá, agora, aproveitar ao máximo o potencial do C3 WRC no asfalto para permanecer na luta pela vitória. Já o Stéphane teve um dia mais difícil, mas há aspectos positivos a retirar da sua evolução, pois num evento que ele não conhece muito bem, conseguiu melhorar de uma passagem para a outra, pelo que tem, certamente, o potencial para subir ainda mais na classificação nas próximas duas Etapas.”
KRIS MEEKE: “Esta manhã não fizemos a escolha mais acertada de pneus. Os pneus macios detrioraram-se em Terra Alta, pelo que tive que gerir um pouco o meu ritmo e ceder algum tempo. Não importou muito, pois as diferenças permaneceram muito pequenas. Depois, com pneus duros pude forçar quase de início até final e gostei, realmente, da condução do C3 WRC. Foi só um pouco frustrante o erro na ES4, pois se não fosse por isso poderia estar à frente do rali. De qualquer forma, estou numa boa posição e satisfeito com o dia.”
STÉPHANE LEFEBVRE: “Após uma longa pausa, foi difícil regressar e competir num rali que desconheço quase por completo. Não forcei nas secções mais complicadas e apostei mais quando me senti confiante. Não cometemos erros e consegui ganhar experiência. As duas passagens pela Terra Alta mostraram que é preciso algum tempo para se aprender esta Especial. Agora vamos fazer um ‘reset’ e abordar a Etapa de amanhã, em asfalto, da melhor forma possível.”
KHALID AL QASSIMI: “Tive um bom ‘feeling’ esta manhã, embora achasse que o carro não era muito preciso em algumas ocasiões. Fui cauteloso, especialmente na secção de asfalto de Terra Alta. Fizemos muitos progressos com as afinações durante a Assistência e fiquei feliz com o resultado. Acho que as evoluções dos amortecedores são uma melhoria significativa.”
CLASSIFICAÇÃO APÓS A 1ª ETAPA
- Mikkelsen / Jæger (Hyundai i20 WRC) 1:11:56.3
- Ogier / Ingrassia (Ford Fiesta WRC) +1.4
- Meeke / Nagle (Citroën C3 WRC) +3.0
- Tänak / Jarveoja (Ford Fiesta WRC) +6.3
- Østberg / Eriksen (Ford Fiesta WRC) +7.1
- Sordo / Marti (Hyundai i20 WRC) +10.8
- Neuville / Gilsoul (Hyundai i20 WRC) +12.8
- Hänninen / Lindstrom (Toyota Yaris WRC) +33.6
- Lefebvre / Moreau (Citroën C3 WRC) +1:02.2
- Lappi / Ferm (Toyota Yaris WRC) +1:05.5
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- Al Qassimi / Patterson (Citroën C3 WRC) +5:05.4
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