Já é conhecida a decoração final do novo Peugeot 2008 DKR, carro com que a marca do Grupo PSA vai ‘atacar o próximo Dakar. A mês e meio da prova, os testes prosseguem com afinco, até porque há ainda muito trabalho pela frente para Stéphane Peterhansel, Carlos Sainz e Cyril Després.
Os testes recomeçaram algum tempo depois, e daí para cá a equipa francesa tem andado em contra relógio para que o carro chegue ao Dakar o mais competitivo possível, mas de acordo com o que foi possível apurar pelo AutoSport, o carro é muito rápido, mas ainda tem problemas de fiabilidade, sendo que só a Peugeot Sport sabe qual o grau destes problemas, porque o secretismo é, naturalmente, grande. Em declarações recentes, Carlos Sainz, um dos pilotos da equipa (os outros são Stéphane Peterhansel e Cyril Després, que trocou as motos pelos autos) disse que “tendo em conta a altura em que este projeto nasceu, teremos sempre o handicap do tempo, que joga claramente contra nós.”
A Peugeot Sport teve inicialmente previsto estrear o carro no Rali de Marrocos, depois teve tudo pensado para realizar a estreia na Baja Portalegre 500, mas a verdade é que foi adiando a estreia. De qualquer forma, a Peugeot não precisa de embarcar os carros muito cedo (isso só sucede com os camiões) e por isso pode testar até bem tarde em dezembro, ganhando dessa forma a ‘forma’ que precisa para encarar da melhor forma possível a presença o Dakar, mas com tudo o que tem sucedido é provável que a estreia seja algo complicada, pois quando surgem problemas num projecto desta estirpe, eles vão-se – habitualmente – resolvendo com compromissos e não com a solução tida como ideal.
O tempo que a equipa tem ainda de testes pela frente será, portanto, decisivo relativamente à forma como a Peugeot surgirá em termos competitivos no Dakar, e os recentes rumores que surgiram na imprensa italiana que a Peugeot poderá não ir ao Dakar parecem ser completamente infundados, a não ser que os dois próximos meses sejam ainda mais complicados: “Não há carro novo que não sofra melhoras significativas desde o momento em que ‘nasce’, podemos mesmo dizer, passo de gigante, mas o principal problema é a fiabilidade, pois aí é preciso tempo, quilómetros, testes, especialmente quando se começa do zero, e ainda mais quando o projeto é uma novidade no que ao conceito do carro diz respeito. Quando se inova, o risco de existirem problemas é maior. Agora, o que nos preocupa é melhorar e não os nossos rivais. Queremos tornar o carro fiável, e não tanto torná-lo ainda mais rápido, pois esse não é o nosso principal objetivo”, disse Carlos Sainz em entrevista ao AS.
Desta forma, fica por se saber em que ‘estado’ estará a Peugeot à partida do Dakar, e depois de sete meses de avanços e recuos, serão precisamente os últimos dois que vão determinar a competitividade da Peugeot no Dakar. Será que o Peugeot 2008 DKR estará à altura dos três nomes que o vão pilotar, Stéphane Peterhansel, Carlos Sainz e Cyril Després?